Família mora em carro para acompanhar o filho no Hospital Infantil. - MACAUBENSE LIFE

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sábado, 13 de maio de 2017

Família mora em carro para acompanhar o filho no Hospital Infantil.

O drama de quem precisa de atendimento no Hospital Infantil de Vitória ultrapassa as paredes do prédio. Uma família de Marataízes, Sul do Estado, está há uma semana “morando” dentro de uma caminhonete para acompanhar de perto o tratamento de um dos filhos.

Na última segunda-feira, a dona de casa Gleiciane Dias, o marido, o ambulante Willy Fernandes, e os três filhos vieram para Vitória para realizar um tratamento de bronquiolite no caçula Matheus, um bebê de 28 dias. Gleiciane se divide entre ficar com o bebê, que está internado, e ficar do lado de fora, com os dois outros filhos. Sem ter onde se hospedar, a caminhonete da família foi transformada em uma “casa” e desde então estão se virando como podem.

“Chegamos aqui segunda-feira, 5h30, e estamos aqui até hoje. A gente bota um filho lá no canto, o pequenininho no meio, eu fico no outro canto, sem banho, sem nada”, desabafa o ambulante, que ainda carrega a preocupação de estar perdendo vendas. É com ar de tristeza que Gleiciane revela que não vê a hora de retornar para a casa. “Eu quero que o meu filho melhore, quero ir embora logo com os meus filhos.”

Apesar de todo o sofrimento, Gleiciane comemora o fato de ter conseguido atendimento para o filho Matheus. Já a lavradora Jaciane Correia, não tem nada a comemorar. Ele veio ontem de Jaguaré em busca de um medicamento de quimioterapia para a filha de 5 anos e perdeu a viagem.

“Eu vim em busca do remédio de quimioterapia que a minha filha faz aqui, ela toma toda semana. Semana passada nós viemos e não tinha o remédio, marcaram para hoje (ontem), eu vim pra cá de novo, e continua em falta, isso inclusive, já é a segunda vez que está acontecendo. Por enquanto não tem previsão de quando vai chegar o remédio”. (Com informações da TV Gazeta)

Pronto-socorro lotado: realidade não muda
Mãe, pai e filhos com a caminhonete ao fundo
Foto: Reprodução / TV Gazeta

Após várias denúncias uma equipe da TV Gazeta, com a repórter Eliana Gorritti, teve autorização para entrar no Hospital Infantil na tarde de ontem. E apesar de estarem sobrando vagas em duas enfermarias, o pronto-socorro continua lotado.

O setor é um dos mais problemáticos do hospital. Dezenas de crianças recebem atendimento na mesma sala, todas amontoadas e com pouco espaço até para caminhar, as macas se espalham por todos os cantos.

A dona de casa Mônica Mariano estava acompanhando o filho de 1 ano e 8 meses e reclamou da falta de estrutura do hospital. “Banheiro, macas faltando, berçário e a condição de muita gente tumultuada em um lugar só. A gente não tem opção de escolha, eu preciso desse tratamento, eu preciso curar o meu filho e o único hospital é esse”, desabafou.

Outro lado
Crianças foram internadas
“Estamos retirando o pronto-socorro do Hospital Infantil, criamos um novo pronto-socorro infantil no Hospital da Polícia Militar (HPM) e depois vamos fazer obras no Hospital Infantil para poder ampliar o atendimento de alta complexidade, o atendimento de oncologia. O balanço final é que nós hoje temos para o atendimento pediátrico 171 vagas, e ao final dessas duas obras vamos ter 294 leitos à disposição do atendimento pediátrico. Todas as crianças que estavam aguardando internaçãojá foram para a oncologia, não tem ninguém no pronto-socorro que tenha que ir para a oncologia”.

Ricardo de Oliveira, secretário de Saúde

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