Palmas de Monte Alto-BA: Corpo de militante político da ditadura será exumado após 41 anos - MACAUBENSE LIFE

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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Palmas de Monte Alto-BA: Corpo de militante político da ditadura será exumado após 41 anos

O corpo de João Leonardo da Silva Rocha, advogado e ex-militante da luta armada que integrou a ALN (Ação Libertadora Nacional) e o Molipo (Movimento de Libertação Popular), executado em 1975 e enterrado com nome falso no Cemitério de Palmas de Monte Alto, será exumado, após 41 anos de seu desaparecimento. Segundo informações apuradas pelo site Sudoeste Bahia, ele morreu no dia 04 de novembro de 1975, na Fazenda Caraíbas, em Palmas de Monte Alto (BA) e não deixou filhos ou viúva, mas tem um irmão mais velho ainda vivo, o também advogado Mario Rocha Filho, baiano radicado no Rio de Janeiro. 

A identificação e localização da sepultura onde João Leonardo está enterrado são considerados assuntos já resolvidos depois de cinco anos de buscas. Assim que a exumação for consumada, a Comissão, que é vinculada à SDH (Secretaria Especial de Direitos Humanos) da Presidência da República, encaminhará os ossos para o laboratório que fará a retirada de DNA e o confrontará com dados genéticos do irmão, que já forneceu amostras de sangue. Um advogado da cidade, Miguel Pires, forneceu informações que apurou junto a outras testemunhas que assistiram o tiroteio em que João Leonardo foi morto e, depois, ao sepultamento. Segundo essas testemunhas, João Leonardo está enterrado debaixo do corpo de outro morador de Palmas de Monte Alto, Natalino Pereira, numa cova onde estariam outras quatro ossadas, todas sepultadas em sobreposição. 

No mês de abril do ano passado, a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) realizou Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Palmas de Monte Alto (BA), com o objetivo de reunir informações sobre onde foram enterrados os restos mortais do ex-militante. Naquela oportunidade, além de dezenas de populares, o evento contou com as presenças de Ivan Seixas, ex-preso político e membro da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; Ana Corbisier, ex-presa política e membro do Movimento de Libertação Popular (Molipo); Celso Horta, ex-preso político, jornalista e biógrafo de João Leonardo; e Diva Santana, integrante Grupo Tortura Nunca Mais – Bahia. 

O deputado estadual Marcelino Galo (PT), que preside à Comissão na Assembleia Legislativa também compareceu à reunião. Agora em abril de 2017, duas arqueólogas forenses que desenvolvem projeto junto à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) estiveram no referido município. Ambas realizaram referenciamento do cemitério, conversaram com o poder público, dialogaram com familiares que possuem entes queridos enterrados nas proximidades de onde teria sido sepultado João Leonardo, o que atesta a fase final de preparação para exumação que deve ocorrer ainda neste semestre.

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