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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Ex-tesoureira que desviou mais de R$ 5 milhões de prefeitura disse estar aliviada com prisão: 'Deixar de viver na mentira'


ex-tesoureira de Jales (SP) suspeita de desviar mais de R$ 5 milhões de contas da saúde e da educação, Érica Cristina Carpi Oliveira, disse estar aliviada com a prisão porque "poderá deixar de viver na mentira". Ela também confessou o crime à Polícia Federal, conforme divulgado pelo Fantástico, neste domingo (12).

Além de Érica, o marido dela Roberto Santos Oliveira, a irmã Simone Carpi Brandt e o cunhado, Marlon Brandt, estão presos desde 31 de julho. Na semana passada, a Justiça decretou a prisão preventiva do grupo. De acordo com o delegado da PF, Cristiano Pádua da Silva, a família usou dinheiro público da educação, e principalmente da saúde, para bancar uma vida de luxo, como a construção de uma chácara de luxo na zona rural de Jales.

Imagens de dentro do imóvel mostram que a "Estância Felicidade" conta com área gourmet, móveis e eletrodomésticos de luxo, piscina e palmeiras no jardim. A estimativa da PF é de que a ex-diretora financeira da prefeitura possa ter desviado até R$ 10 milhões das contas públicas em 10 anos. "Difícil encontrar um imóvel no mesmo padrão em Jales. Tudo com recursos públicos. Desviaram um valor absurdo de, em média, R$ 100 mil por mês", afirma o delegado.
No primeiro depoimento à PF, Érica confirmou que fazia os desvios desde 2008. O dinheiro, segundo a polícia, ia direto para contas da ex-servidora e até para as empresas do marido, que abriu três lojas de roupas e calçados.

Além da prisão da família, a polícia lacrou os comércios, a chácara e apreendeu carros de luxo, sendo que um dos veículos havia sido comprado dias antes. Policiais à paisana flagraram Roberto na concessionária fechando o negócio. Érica recebia salário de R$ 3 mil por mês e, no segundo depoimento, afirmou que os parentes e o marido não sabiam dos desvios.

Entretanto, em uma mensagem flagrada pela polícia no celular do marido, ela aparece afirmando que havia feito um depósito de R$ 22 mil a uma empresa de esquadrias de alumínio. O dinheiro do cheque de 18 de julho era do Fundo Municipal de Saúde.
Também foram encontrados cheques de R$ 9 mil a uma boutique e R$ 39 mil a uma loja de móveis planejados, "situações que chegam a ser revoltantes", segundo o delegado da PF. A investigação não encontrou provas de que prefeitos tenham participado do esquema fraudulento.

A ex-secretária de Saúde Maria Aparecida Martins, que teve a prisão temporária revogada, foi exonerada do cargo e não quis falar sobre o assunto. Ela vai responder por peculato culposo porque também assinava os cheques, sendo necessárias duas assinaturas, e não conferiu o destino das verbas, informou a PF.
A defesa da tesoureira Érica, da irmã Simone e do cunhado Marlon afirmou que os clientes estão colaborando com as investigações e não se opõem a prestar esclarecimento. Já o advogado de Roberto disse que ele desconhecia a origem do dinheiro, mesma versão apresenta à polícia. O comerciante afirmou ainda que a esposa não tirava férias, mas que nunca a questionou sobre o assunto.

O prefeito de Jales, Flávio Prandi Franco (DEM), definiu a atitude da ex-tesoureira como "assombrosa" e disse ter sido uma "traição". "Realmente é constrangedor. Todos viam que estávamos em um momento de recuperação da cidade, e tem um episódio tão grave e triste, que nos deixa em situação desolada." G1



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