Viúvo de morta por covid-19 é alvo de ofensas: 'Fiquei muito triste quando li' - MACAUBENSE LIFE

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sexta-feira, 10 de abril de 2020

Viúvo de morta por covid-19 é alvo de ofensas: 'Fiquei muito triste quando li'

Dono de uma empresa de turismo em Trancoso, balneário turístico em Porto Seguro, Erisvaldo Lopes, 47 anos, perdeu a esposa Rafaela de Jesus, 28, para o novo coronavírus. A sétima morte pela doença no estado aconteceu na última quinta-feira (2), uma semana depois de Rafaela ter dado à luz a primeira filha do casal, Alice, que agora está com 15 dias de vida.


A situação se tornou ainda mais complicada quando Erisvaldo virou alvo de mensagens ofensivas quando retornou de Itapetinga, cidade onde a vítima foi internada.

O motivo das mensagens de ódio que se espalharam pelos aplicativos de mensagem de moradores da cidade era o fato de muitos acusarem Erisvaldo de estar espalhando o vírus no município.

Ele foi testado para a doença, mas não acusou infecção. Além dele, outros dois filhos, de 28 e 24 anos - frutos de outro casamento -, duas netas, de 8 e 3 anos, além de uma amiga da família, de 32, foram testados, também sem apresentarem o vírus.

Já a bebê foi testada positivamente para a covid-19 e está em isolamento domiciliar sob cuidados de uma amiga da família. “Ela não tem sintomas. Está muito bem e não apresenta nada”, contou o pai que, até o dia 18 de abril, quando acabará o isolamento, só poderá ver a filha de longe, sem interação física.

Sobre o preconceito que sofreu dos moradores de Trancoso, o dono da empresa contou que preferiu apagar as mensagens após ter lido. “São comentários bestas, de gente que não entende a situação e não tem o que fazer. Eu fiquei muito triste quando li aquelas coisas que meus colegas estavam me mostrando”, conta.

No dia em que retornou a Trancoso, Erisvaldo aproveitou a companhia do filho para passar no banco e na farmácia, mas destaca que foi o filho que saltou nesses locais, não ele. 

Após as críticas, gravou um vídeo onde explicava o ocorrido com a esposa e afirmava que o contato com pessoas de diferentes localidades do Brasil e do mundo fazia parte do seu trabalho.

“Dizia no vídeo [que também foi apagado] que eu não posso ter preconceito com meus clientes porque trabalho numa cidade turística. Preciso atender todos eles muito bem e é por isso que consigo muitos clientes. Não só do Brasil, mas de vários países”, contou. // Radar64


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