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terça-feira, 7 de julho de 2020

Aldeia: Homem detido fazendo imagens em área de disputa

Um homem foi detido no último sábado (4) enquanto utilizava um drone para capturar imagens da Aldeia Patiburi, que fica na Terra Indígena Tupinambá, em Belmonte, no extremo sul da Bahia. Uma outra pessoa que também operava o aparelho conseguiu fugir.


Em nota divulgada neste domingo (5), a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) manifestou preocupação com a Aldeia Patiburi, já que existe um histórico de disputa entre os indígenas que vivem no local e os fazendeiros da região.

Entre os locais que o drone capturou imagens, está a casa da Cacica Cátia, que foi alvo de várias ameaças de morte e foi inserida no Programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos (PPDDH). Ela contou que, na delegacia, o homem que operava o drone afirmou que foi contratado por um fazendeiro que já entrou em conflito com os indígenas.

“Eram dois, um conseguiu fugir. O que foi encaminhado para a delegacia disse que foi contratado por um fazendeiro para fazer uma filmagem da aldeia. Um fazendeiro que tem conflito conosco, tem trazido ameaças para a comunidade e para mim. O homem disse que não sabia o motivo da filmagem”, afirmou.

O Secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, Carlos Martins, afirmou que a situação desperta atenção para a vulnerabilidade da aldeia e dos indígenas.

“A localidade é palco de incansáveis ataques, partindo de fazendeiros da região, que a qualquer preço querem tomar o território. Em virtude do conflito, a comunidade já sofreu um bloqueio econômico que resultou na perda da sua produção de cacau, acarretando numa crise de subsistência séria. Agora, o drone levanta suspeita de uma nova investida contra a produção econômica da comunidade, já que estamos na época da produção e colheita do cacau”, destacou.

O homem que foi detido enquanto operava o drone foi encaminhado para a delegacia de Belmonte, que investiga o caso. A Polícia Civil informou que ele tem habilitação junto a Anac e informou que foi contratado para fazer imagens apenas das terras da família em questão.

Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado para fins de informação, por não existir, naquele momento, crime praticado por qualquer uma das partes, e o homem que operava o drone foi liberado. // Do G1


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