A petroquímica Braskem aplicou R$ 1,2 bilhão em ações de manutenção e melhoria de processos nas operações da Bahia, somente no ano passado. Neste ano, o montante foi de cerca de R$ 650 milhões. Buscando otimizar as operações e reduzir custos, a empresa implementou a Central de Gestão de Ativos (CGA), que utiliza os conceitos de Control Tower, instalada na unidade Q1, em Camaçari.
Esse sistema é responsável por monitorar em tempo real diversos equipamentos em todas as unidades industriais da Braskem no território baiano e analisar variáveis, tais como temperatura, vazão e vibração, desenvolvendo algoritmos que ajudam a prevenir possíveis falhas na operação. Ao correlacionar essas variáveis, é possível reduzir as interrupções não planejadas.
“Este é um dos exemplos, entre outros investimentos que vem sendo realizados para melhorar a ecoeficiência e reduzir custos de produção, evidenciando o compromisso da empresa em buscar melhores condições de operação em um cenário desafiador. A indústria tem feito sua parte”, explicou Carlos Alfano, diretor industrial da Braskem na Bahia.
Nas unidades da Braskem no estado, foram aplicados quase R$ 2 bilhões nos últimos dois anos. A ecoeficiência operacional e gestão de custos tem assumido um importante papel crucial para buscar um ambiente de negócios mais competitivo. O setor químico e petroquímico, que também é conhecido como a indústria das indústrias, graças à geração de produtos utilizados como insumos por outros setores, está enfrentando uma nova dinâmica global.
Numa comparação com as médias de anos anteriores, a demanda tem sido inferior, porque as principais economias já não crescem nos mesmos patamares e há uma adição de capacidade de produção nunca vista no mundo, principalmente em regiões onde o principal insumo é o gás, matéria-prima mais barata, como nos Estados Unidos e Oriente Médio; ou em países fortemente subsidiados, como a China.
“Por compreenderem a relevância estratégica da indústria de base, os países donos das maiores economias mundiais vêm implementando fortes políticas públicas para incentivar o desenvolvimento de seus parques industriais e protegê-los. Os Estados Unidos e a China, as maiores potências econômicas mundiais, direcionam subsídios massivos para a indústria química e petroquímica”, destaco a diretora de Relações Institucionais da Braskem, Renata Bley.
Diante desse cenário de oferta excessiva de produtos importados, a taxa de utilização das fábricas foi derrubada para os menores patamares dos últimos 34 anos no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), em 2024, a participação das importações sobre a demanda interna foi de 49%, índice recorde, enquanto as exportações brasileiras sofreram uma queda de quase 11%. “Dado o momento mais delicado da indústria química local, urge a criação de uma política estruturante para o setor”, afirmou Renata.
No Brasil, os benefícios do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) sofreram uma redução gradual nos últimos anos. O setor pleiteia desenvolver um programa que inclui medidas sólidas para garantir a sustentabilidade do setor a longo prazo e também a manutenção de importantes instrumentos de defesa comercial, como o Antidumping e a Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC), que permite a elevação tarifária temporária de alguns produtos importados. “São condições fundamentais para a indústria nacional enfrentar os obstáculos globais impostos pela nova realidade mundial”, acrescentou Bley.
Braskem na Bahia
A empresa possui oito unidades em todo o estado e capacidade de produção de 5 milhões de toneladas de produtos por ano, gerando mais de 5 mil empregos diretos e indiretos na Bahia. No total, são mais de 13 mil empregos impactados, levando em consideração o “efeito-renda” da operação local, número maior do que a população de 130 municípios baianos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com estudos, as operações da empresa na Bahia contribuem com R$ 3,5 bilhões na arrecadação de impostos e representam 10% da produção estadual. Essa estimativa é feita com base na Matriz de Insumo-Produto (MIP), ferramenta utilizada para inferir o impacto direto e indireto de um setor na economia.
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