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quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

"Zelensky Celebra Fim do Trânsito de Gás russo pelo território ucraniano


O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, celebrou na quarta-feira o fim do trânsito de gás russo pelo território ucraniano, classificando-o como uma "derrota significativa" para Moscou em meio à guerra que já dura quase três anos.

Os fluxos de gás da Rússia para a Europa através da Ucrânia foram interrompidos na quarta-feira de manhã, após Zelensky se recusar a renovar a cooperação histórica que havia gerado bilhões de dólares para ambos os países.

A Ucrânia tem criticado países que continuam adquirindo energia russa, argumentando que isso financia a máquina de guerra de Moscou. No entanto, a decisão de encerrar o trânsito gerou reações diversas na Europa, que antes da invasão de fevereiro de 2022 era o maior mercado consumidor do gás russo.

Moscou acusa Kiev de agir contra seus próprios interesses e prejudicar parceiros do Leste Europeu que ainda dependem fortemente do gás russo.

Em 2023, o gás russo representava menos de 10% das importações de gás da União Europeia, uma queda expressiva em relação aos mais de 40% antes do início do conflito. Apesar disso, países do leste do bloco permanecem vulneráveis devido à alta dependência do fornecimento russo.

"Uma derrota para Moscou"

Zelensky culpou diretamente o presidente russo, Vladimir Putin, pela ruptura no trânsito de gás. Ele destacou nas redes sociais que, quando Putin chegou ao poder há 25 anos, mais de 130 bilhões de metros cúbicos de gás russo eram bombeados anualmente pela Ucrânia para a Europa. Hoje, esse número é zero. “Esta é uma das maiores derrotas de Moscou”, afirmou.

Segundo Zelensky, ao transformar a energia em um instrumento de chantagem, a Rússia perdeu um de seus mercados mais lucrativos e de fácil acesso geográfico.

A decisão foi elogiada pela Polônia, que considerou a interrupção como uma "nova vitória" do Ocidente, especialmente após Suécia e Finlândia se juntarem à OTAN. Por outro lado, a Eslováquia, altamente dependente do gás russo, criticou a medida, com o primeiro-ministro Robert Fico alertando sobre o impacto severo para a União Europeia.

Apelo por apoio energético

Sem citar nomes, Zelensky pediu resistência contra "políticos europeus" que favorecem acordos obscuros com Moscou em detrimento de uma política energética transparente. Ele também apelou aos Estados Unidos para intensificar o fornecimento de energia à Europa, afirmando que isso ajudaria a superar mais rapidamente os efeitos da dependência energética da Rússia.

Os preços do gás natural na Europa superaram 50 euros por megawatt-hora pela primeira vez em mais de um ano, enquanto países do Leste Europeu se preparavam para a interrupção no fornecimento.

A Hungria, por sua vez, minimizou os impactos, já que importa gás russo por meio de um gasoduto alternativo que contorna a Ucrânia, passando pela Turquia e pelos Bálcãs.

Bruxelas declarou que a interrupção no trânsito de gás russo já havia sido antecipada e que a Comissão Europeia vem se preparando há mais de um ano para essa possibilidade.

Emergência na Moldávia

Enquanto a Europa não foi imediatamente afetada, a região separatista da Transnístria, na Moldávia, enfrentou uma crise energética. O líder local, Vadim Krasnoselsky, afirmou que consumidores da região foram afetados pelo corte de gás, embora não tenha detalhado a extensão do problema.

A Gazprom já havia ameaçado cortar o fornecimento à Moldávia devido a uma disputa de pagamento com o governo em Chisinau. A situação levou a cortes de aquecimento em escolas e alertas à população para economizar energia.

Embora a maior parte da Moldávia tenha sido poupada, graças às importações de energia da Romênia, a dependência da usina russa localizada na Transnístria ainda deixa o país vulnerável a interrupções. Chisinau classificou a situação como uma tentativa de “chantagem” por parte de Moscou.

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