O que parecia ser uma fatalidade acidental pode ter contornos criminais. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias do incêndio que resultou na morte de três pessoas e dois animais de estimação na manhã deste domingo (21), no bairro Água Branca, em Piracicaba (SP). As chamas consumiram um apartamento no 14º andar do edificio.
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 10h36 e enviou 15 homens para o combate ao fogo, contando com o apoio da Polícia Militar e da Defesa Civil. Infelizmente, não houve tempo para o resgate das vítimas com vida. Foram identificados os corpos de Lineu Peixoto dos Santos Júnior, de 47 anos, sua esposa Thais Fernanda de Oliveira Matías, de 41, e a filha dela, Maria Eduarda de Oliveira Corder, de 18 anos. Além da família, um cachorro e um gato também pereceram no imóvel.
Investigação e reviravolta
Inicialmente, tratava-se de uma averiguação de incêndio acidental, tese que ainda não foi descartada e segue alinhada à perícia técnica. No entanto, o cenário mudou após o chefe de polícia visitar o local na manhã desta segunda-feira (22) para ouvir síndicos e moradores.
Segundo apurado, a investigação ganhou uma nova linha apuratória que considera o incêndio como criminoso, baseada em relatos de conflitos domésticos. O delegado José Donizeti de Melo revelou que havia um histórico de brigas entre o casal e que, anteriormente, a esposa já teria ameaçado o marido de morte, citando especificamente que atearia fogo no apartamento.
“A informação apurada é de que as três vítimas estavam em um evento na noite anterior e chegaram de madrugada. Então, supostamente estariam cansados e dormindo na hora que aconteceu esse evento. Mas, com essas informações dos vizinhos dessa suposta discussão, briga, aí é que leva a gente a uma segunda linha de investigação”, explicou o delegado Melo.
Danos estruturais
O Tenente Pereira, do Corpo de Bombeiros, detalhou a cena encontrada pela equipe de resgate. O foco principal das chamas concentrou-se nas áreas sociais do imóvel. “A sala e a cozinha ficaram piores, era onde estava o foco do incêndio. O restante do apartamento foi danificado pela fumaça, inclusive apartamentos vizinhos”, relatou o tenente. A perícia continua trabalhando para determinar a causa exata da ignição, enquanto a Polícia Civil aprofunda as oitivas para esclarecer se a tragédia foi fruto de um acidente elétrico ou o cumprimento de uma ameaça fatal.

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